MAIS DA MESMA

por Denis Jorge Hirano

Estávamos em nove pessoas na mesa de um mesmo bar,
E cada um ergueu o seu copo para brindarmos a mesma noite,
E ríamos de uma mesma piada,
E tentávamos solucionar um mesmo problema…
Cantávamos uma mesma canção,
Lamentávamos a mesma perda.

 

E para a história de cada um, o nosso olhar era o mesmo,
Tínhamos a consciência de que éramos, de fato, todos iguais.
As nossas variadas expressões eram sempre sobre um mesmo sentimento.
Mas quem olha de fora, enxerga sempre a mais:

 

Arthur era tosco;
Bianca era lenta;
Celso era magro;
Dani, faladeira;
Eduardo, barraqueiro;
Fátima, choradeira;
Gilberto, mão-de-vaca;
Hilda, patricinha…

 

E eu, um estranho japonês.

 

Porém, quem naquela mesa esteve,
Naquela mesa sempre retornará…

E o resto?
Ah, o resto deixa pra lá…

E vamos pedir outra


Dessa mesma cerveja.

Joinville, 20 de Julho de 2024.

Dia do Amigo e Internacional da Amizade

Esse escrito faz parte do livro

O Invisível em Rimas Primárias 

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