À sua Maneira

por Denis Jorge Hirano

Já tentei segurar a vida à minha maneira
Obrigando o tempo a parar,
Proibindo o vento de assoprar,
Congelando as águas dos rios e de todo esse mar…

 

Já calei os pássaros dos bosques,
Neguei a chuva e o arco-íris,
Num caminho cego já pisei nas flores,
E tudo o que se iniciava era bem próximo do fim…

 

Já cansado,

Entreguei a vida à sua maneira…

 

Foi quando, subitamente, reparei as crianças brincando,
Também testemunhei pedidos de namoro,
E uma senhora sorridente que exibia seu vestido novo…

 

Percebi um novo canto dos pássaros,
Eu vi a luz do Sol restaurando todas as cores:

 

Do verde, as flores e a flora…

 

Era um reinício, a proposta sem palavras de uma nova chance…

 

Tudo acontecia ao mesmo tempo
Sem nenhum ensaio ou combinado
Cada um com a sua história
Dentro de um mesmo cenário…

 

Agora, sigo o fluxo constante dessa correnteza:
Ao lado do tempo que se passa,
Aceitando o vento que me guia
De acordo com o ritmo e a rima que se apresentam…

 

É me despedindo de cada onda que se vai
Que posso receber a próxima onda que me toca…

 

Tendo na saliva o sabor inigualável do instante.

Joinville, 17 de Janeiro de 2024.

Esse escrito faz parte do livro

O Invisível em Rimas Primárias 

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