por Denis Jorge Hirano
As mulheres choram…
Escondem as lágrimas debaixo de seus travesseiros, em um quarto escuro, de uma casa vazia…
Quando vem o amanhecer, disfarçam suas marcas com maquiagens, seu melhor vestido e um sorriso estampado no rosto dizendo à todos: “Bom dia!”
Como se tudo tivesse mudado em uma só noite.
Melhor, como se nada, absolutamente nada, tivesse acontecido.
As mulheres choram…
Tudo que passa ao seu redor é absorvido.
Cada detalhe, detalhe dos detalhes, nos pequenos gestos ou em frases de uma só palavra.
Por mais que demonstram firmes e fortes, com o olhar fixado sempre à altura e à distância de seu horizonte.
E quando acaba o seu dia vem à tona a prisão da posição que conquistou.
E por não poder se arrepender ( isso jamais! ), e quando estão a sós,
As mulheres choram…
Até que um novo dia recomece…
E aos poucos vão se desfazendo de tudo que não agrada sem que ninguém perceba.
Tão discreta quanto um caminhar de gatos.
E quando está tudo no seu lugar, conforme sempre sonhou, se lembra por tudo que passou…
E voltam a chorar.
Joinville, 08 de março de 2024.
Esse escrito faz parte do livro
Deixe um comentário