“A sua verdade é tão preciosa para mundo
quanto uma descoberta científica
para a humanidade.
Busque-a.
E entregue-se.”
Autor do livro “O Invisível em Rimas Primárias “.
Professor de Artes pelo estado de Santa Catarina.
Pós-graduado em Artes, Filosofia e Literatura pela PUC.
Graduado em Licenciatura Plena em Artes Visuais.
Obteve o gosto pela escrita quando morava no Japão, onde viveu por 17 anos:
” A poesia me afastava do tédio, do cansaço e da solidão, pois ela me impulsionava, em me aproximar, de mim mesmo…”
Continua escrevendo até hoje para o seu site e divulgando para a maioria das redes sociais.
Era véspera de Natal de 1996.
Eu morava no Japão em uma pequena cidade do estado de Nagano, onde nevava muito. Os termômetros marcavam perto de zero graus e a casa onde me hospedava estava com os canos de água congelados.
Minha carteira quase vazia, resolvi gastar minhas últimas moedas comprando duas pilhas, ao invés de pães, para passar aquela noite escutando meu walkman, na qual eu só tinha uma fita.
Entendi que a solidão, naquele momento, era bem pior que a fome.
Estava só, acabava de chegar àquele lugar, não tinha conhecido ninguém para que eu pudesse conversar, ou um abraço para saudar o Natal daquele ano, meus pais ainda estavam no Brasil e meus tios em uma cidade distante.
Não tinha telefone, nem celular e a internet ainda não era tão comum.
Foi nesse dia, a uma semana do réveillon de 96, no momento de maior angústia que descobri o meu gosto pela escrita.
Passei todo aquele feriado escutando aquela fita, procurando, em cada música, trechos que não havia canto para que eu pudesse criar e escrever as minhas próprias rimas. O único modo que encontrei para me distanciar da solidão.
Depois de 3 meses, na chegada da primavera, recebi uma carta do meu primo perguntando-me se eu queria trabalhar com ele.
Era dia do meu salário, a uma semana do meu aniversário, e então saquei todo o meu dinheiro do banco, liguei para a empreiteira explicando os meus motivos, fiz a minha única mala e em questão de minutos já estava na estação de trem com a passagem na mão com destino à Hamamatsu.
Desde então escrevi muitos poemas e letras de música para uma banda de rock.
E quando consegui o meu primeiro computador me divertia escrevendo em um blog.
Nesse tempo a poesia me fez buscar outros poetas e conhecer também outras artes.
Enriquecendo-me culturalmente e aprendendo também a enxergar de vários, e outros, ângulos tudo o que estava ao meu alcance.
Toda a minha obra está nesses poemas que descrevem o otimismo que eu precisava ter em mãos e que nunca mais larguei.
Os romances, as amizades, o trabalho, a boemia e tantas outras coisas que experimentei e achei importante registar.
Enfim, deu tudo certo.
Retornei ao Brasil no final de 2012 e desde então, passo os réveillons acompanhado da minha família e dos novos e, também, dos antigos amigos e poemas.
-Denis Jorge Hirano
Palestra sobre o livro “O Invisível em Rimas Primárias”, publicado em Julho de 2024, na III Semana do Livro e da Biblioteca da EEM Bailarina Liselott Trinks em Joinville/SC, em Novembro do mesmo ano.
Saiba mais sobre “O Invisível em Rimas Primárias”, livro de Denis Jorge Hirano.